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Causas da Gota

Gota e ácido úrico

A gota é uma doença muito comum e conhecida desde a época da Roma antiga. Seu aparecimento ocorre pelo acúmulo de ácido úrico sob a forma de um sal denominado urato de sódio, em várias regiões do corpo mas principalmente nas articulações.

Esta doença predomina em homens sendo rara em mulheres. O sintoma mais comum é uma inflamação aguda na região lateral do dedão do pé chamada podagra ou no joelho denominada gonagra. Outras articulações podem ser acometidas, mas o pé e o joelho são as mais comuns.

Gota-e-Acido-Urico

A história típica de uma “crise” de gota é um homem relatando que foi dormir muito bem e acordou de madrugada com uma dor muito forte no dedão do pé que piorava até com o roçar do lençol: “Doutor eu pensei que tinha quebrado o pé ou que tinha alguém enfiando uma agulhinhas no lado do meu dedão”.

Em todos os casos o local da dor está quente e vermelho mostrando uma forte inflamação. Enquanto a inflamação persiste o paciente tem grande dificuldade de locomover-se.

Além de crises agudas de dor o paciente pode contar história de já ter tido “pedras nos rins”. Estas pedras, que chamamos de cálculos renais, nada mais são que acúmulos de urato de sódio que foram produzidos e armazenados no rim e vias urinárias.

Quando o cálculo renal se movimenta pode causar ferimento nas vias urinárias com dor intensa (uma das piores dores da medicina) e se acompanhar de hematúria (sangue na urina).

Outros acúmulos de urato de sódio podem ser encontrados em mãos, cotovelos, pés e orelhas sendo denominados tofos. Com os tratamentos atuais e o seguimento da prescrição médica pelo paciente, a presença de tofos ficou mais rara.

Medidas para evitar as crises de gota e o acúmulo de ácido úrico

Como vimos, a gota é causada por um acúmulo de urato de sódio formado pelo aumento dos níveis de ácido úrico no sangue. O ácido úrico é produzido normalmente em várias células do corpo, enviado para a circulação sanguínea e filtrado e excretado pelos rins através da urina.

O aumento dos níveis de ácido úrico e sua deposição nas juntas e outros locais pode ocorrer por dois motivos: 1) o paciente produz uma quantidade tão grande de ácido úrico que o rim, por mais que trabalhe, não consegue excretar o suficiente na urina para manter os níveis normais no sangue ou 2) o paciente produz o ácido úrico normalmente mas o rim trabalha pouco e não excreta a quantidade que deveria excretar normalmente. No primeiro caso o paciente é denominado hiper-produtor e no segundo caso hipo-excretor.

 Podemos dividir a gota em: a) gota primária quando o aumento de acido úrico tem origem hereditária e b) gota secundária quando o aumento do ácido úrico tem como causa uma doença ou seu tratamento (leucemias, linfomas), ingestão aumentada e frequente de álcool ou medicações que dificultam a excreção renal do ácido úrico como a aspirina em doses pequenas para analgesia e um tipo de estimulantes da produção de urina denominados diuréticos tiazídicos.

A maioria dos pacientes com gota primária são hipo-excretores. A diferenciação entre os tipos de pacientes é importante pois o tratamento da gota difere entre eles.

Os hiper-produtores e aqueles com história de cálculos renais são tratados com um remédio potente denominado alopurinol e os hipo-excretores são tratados com medicações que ajudam o rim a excretar melhor o ácido úrico. Atualmente existem também novos remédios para tratar a gota.

O ácido úrico é o produto final de um grupo de substancias denominadas purinas.

Antigamente, quando não existiam medicamentos eficazes, a restrição alimentar era muito utilizada no tratamento da gota, sendo evitados os alimentos ricos em purinas tais como carne de vitela, miúdos de frango, camarões, mariscos, tomate e outros.

Assim, os pacientes evitavam alimentos ricos em proteínas e passavam a ingerir maior quantidade de carboidratos. Além de ficarem obesos, a restrição alimentar era pouco eficiente na diminuição das crises de gota.

Atualmente recomendamos ao paciente que evite apenas alimentos que ele sabe, por experiência anterior, que possam disparar uma crise de gota. Não há necessidade de uma restrição alimentar geral como era feita antigamente.

Com um bom acompanhamento do médico e o seguimento disciplinado de sua prescrição, os pacientes podem ter uma vida normal e livre de crises inflamatórias e cólicas renais.



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