Mapa Global da ingestão de Cálcio dietético – International Osteoporosis Foundation (IOF)
A ingestão de cálcio é um dos muitos fatores que afetam o desenvolvimento do pico de massa óssea no jovem e a preservação da massa óssea no adulto. Cálcio é um importante componente do osso, sendo cerca de 30 a 35% da massa óssea e tendo papel importante em sua resistência.
A contribuição da ingestão do cálcio alimentar para a massa óssea é fácil de documentar durante o período quando o esqueleto está mudando rapidamente, isto é, a) durante a adolescência, onde a incorporação do cálcio chega a 409 gramas por ano em meninos e 325 gramas em meninas e b) nos idosos quando a perda óssea ocorre na taxa de 1% ao ano, resultando em uma perda anual de cálcio em torno de 15%.
A baixa ingestão de cálcio em algumas populações afeta o desenvolvimento da máxima da quantidade de osso (pico de massa óssea) obtido na juventude e diminui a retenção de massa óssea em idosos pode afetar negativamente o desenvolvimento do pico de massa óssea em adolescentes e adultos jovens e diminuir a retenção da massa óssea em idosos.
A International Osteoporosis Foundation (IOF) promoveu um estudo para descrever a ingestão de cálcio dietético na população adulta, em diferentes países, baseada em uma revisão sistemática, para compor um mapa global com os dados obtidos. O objetivo da revisão foi encontrar os dados mais significativos para cada país, levando em conta a ingestão dietética média na população adulta em geral.
Os estudos disponíveis foram usados para compor um mapa global codificado por cores da ingestão média de cálcio na dieta por país. Dados para a ingestão de cálcio dietético foram disponíveis para 74 países. Entretanto, muitos estudos não foram nacionalmente representativos da população adulta em geral, com cerca de 40% dos países tendo apenas dados disponíveis para uma amostra pequena ou uma região limitada do país.
Muitos países analisados no Sul, Leste e Sudeste da Ásia tem baixa ingestão de cálcio na dieta (<400 mg/dia). A maioria dos países na África e América do Sul tem ingestão moderadamente baixa de cálcio (400-700 mg/dia). Os países com ingestão de cálcio maior que 1000 mg/dia estão todos na região norte da Europa. Analises de subgrupos comparando sexo, idade e populações rurais versus urbanas não revelaram padrões consistentes entre os países.
A revisão do mapa de cálcio global revela que há muitos países nos quais a ingestão de cálcio é muito pequena, abaixo de 400 mg/dia. Os países com ingestão de cálcio muito pequena estão agrupados na região da Ásia-Pacífico e incluem países com grandes populações como China, Índia, Indonésia e Vietnam, entre outros. Países com ingestão de cálcio ainda pequena porem com um nível melhor: 400 a 500 e 505 a 600 mg/dia, estão agrupados na América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil) e distribuídos também em outros lugares como Oriente, Norte da África e outros locais.
Do total de 195 países, dados da ingestão de cálcio foram obtidos apenas para 74 ou 38%. Os dados brasileiros concluíram por uma ingestão média de cálcio na dieta em torno de 505 mg/dia e foram obtidos em duas pesquisas de questionário alimentar:
Araujo MC. Public Health 2014;17:2740-2752.
Fisberg RM. Revista de Saude Publica 2013:47:Suppl1: 222s-230s
