Definição: FRAX é um algoritmo com base em computador desenvolvido pelo Centro de Doenças Ósseas Metabólicas de Sheffield e publicado pela primeira vez em 2008. Este algoritmo calcula a probabilidade de fratura a partir de fatores clínicos de risco obtidos facilmente para mulheres e homens.
Os resultados do FRAX mostram a probabilidade em 10 anos de uma fratura maior (fratura clínica vertebral, antebraço, úmero e quadril) ou uma fratura de quadril isolada.
A osteoporose é uma afecção crônica caracterizada por perdas ósseas qualitativas e quantitativas que aumentam a probabilidade de fratura.
Após os 50 anos de idade, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens podem ser acometidos por uma fratura resultante da osteoporose. Estas fraturas, denominadas fraturas por fragilidade, associam-se a uma frequência elevada de morbidade e mortalidade promovendo sérias consequências pessoais e socioeconômicas.
No ano 2000, estudos internacionais estimaram a ocorrência de 9 milhões de novas fraturas por osteoporose em todo o mundo, sendo 1,4 milhão de fraturas clínicas vertebrais, 1,6 milhão de fraturas de quadril e 1,7 milhão de fraturas do antebraço.
Em razão da dimensão alcançada por essa doença, em maio de 1998, durante a 51a Assembleia Mundial de Saúde, a osteoporose foi incluída na solicitação de uma estratégia global para a prevenção e controle de doenças não comunicáveis.
Atendendo a essa solicitação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou um programa de trabalho referenciando, com esse objetivo, o Centro de Colaboração da OMS em Sheffield (Reino Unido), liderado pelo Dr. John Kanis.
Este projeto também teve o suporte da International Osteoporosis Foundation (IOF), da National Osteoporosis Foundation (NOF), da International Society for Clinical Densitometry (ISCD) e da American Society for Bone and Mineral Research (ASBMR).
O objetivo foi identificar e validar fatores clínicos de risco para uso na avaliação do risco de fratura em um contexto internacional mesmo em locais onde não existissem aparelhos para medir a densidade mineral óssea.
Após análise de estudos epidemiológicos internacionais foram desenvolvidos algoritmos para avaliar o risco de fratura, os quais foram posteriormente convertidos em um programa de informática de fácil e livre acesso via internet denominado ferramenta de avaliação do risco de fratura ou
Em 1994 a OMS definiu osteoporose por meio da avaliação do densitômetro de dupla energia (DXA) como sendo a perda óssea equivalente a 2,5 desvios-padrão ou mais abaixo da massa óssea obtida aos 20 anos de idade (T-score ≤ -2,5, vide Tabela 1). Desde esta definição, resultados obtidos pela densitometria óssea (DMO) têm sido utilizados para diagnóstico e intervenção médica. Embora de grande utilidade, existem alguns problemas com o uso isolado destes resultados na avaliação do risco de fratura. Como exemplos podemos citar:
a) Um paciente com T-score igual a -2,4 é diagnosticado como tendo osteopenia e um paciente com T-score igual a -2,6 é diagnosticado como tendo osteoporose, embora ambos tenham praticamente o mesmo risco de fratura.
b) um paciente com T-score igual a -1,2 e um paciente com T-score igual a -2,3 são classificados como tendo osteopenia, embora possuam risco de fratura bem diferentes.
A DMO isolada tem pouca sensibilidade para predizer o risco de fratura e muitas fraturas ocorrem entre os indivíduos classificados dentro da categoria osteopenia estando, portanto, acima do limite de risco da OMS (T-score ≤ -2,5).
Categoria | T-Score |
---|---|
Normal | > -1 |
Baixa massa óssea (osteopenia) | -1 < -2,5 |
Osteoporose | < -2,5 |
Osteoporose estabelecida | < -2,5 com fratura |